Os protomagos da época clássica, que praticavam (ou se esforçavam para tal) a animação de imagens, eram conhecidos como TEURGOS.Sempre existiu uma estreita relação entre a Teurgia e as doutrinas herméticas e gnósticas. Além disso, estas escolas foram influenciadas pelo idealismo platônico, que sustentava que os objetos materiais não passavam de reflexos, impermanentes e imperfeitos da verdadeira “realidade”.Usarei um exemplo meio rústico, como "cavalo", apenas para ajudar a compreensão da teoria: "Todas os cavalos do mundo são reflexos de uma cavalo ideal e eterno, que reúne a essência de todas as qualidades que constituem a “condição de cavalo". É mais ou menos por aí, embora a doutrina em si, seja bem mais elaborada...
O texto mais sagrado dos teurgos era o "Oráculo da Caldéia”, coletânea de sentenças atribuídas a Zoroastro, o reformador da religião persa, as quais, entretanto podem ter sido recopiladas (ou talvez escritas) por Juliano, neoplatônico do século II d.C.Da vida de Juliano sabe-se muito pouco. Autores pagãos de épocas tardias apresentam-no como um teurgista dotado de grandes poderes, capaz de invocar até aos deuses para que se “incorporassem” de forma tangível, viajar em espírito ou controlar fenômenos atmosféricos.Naturalmente, que tais atributos "mágicos" poderão ficar mais confortavelmente instalados no terreno algo movediço da lenda ou da alegoria...
Ainda assim, sabemos bastante sobre o conteúdo dos seus “Oráculos Caldeus”, pois, embora o texto completo seja um dos livros perdidos da Antigüidade, são tantos os seus fragmentos citados por outros autores que podemos obter uma idéia aproximada do seu conteúdo.Afinal, como diz o Umberto Eco. “livros falam de livros...”.Por exemplo, sabemos que se opunha à adivinhação mercenária e à crença fatalista num futuro predestinado, pois as sentenças abaixo são muito conhecidas:“ Não dirijas a tua mente às vastas superfícies da terra, pois a planta da Verdade não cresce no chão. Também não meças os movimentos do sol... pois se move impulsionado pela Vontade Eterna do pai, e não o faz para ti... O vôo das aves não proporciona autêntico conhecimento, nem tampouco a dissecação das vísceras das vítimas, esses são simples jogos, instrumento mercenário de fraude: foge deles se queres entrar no sagrado paraíso”.
Esta reprovação da adivinhação comercial quer se trate da astrologia, quiromancia ou outras técnicas mânticas, persistiu até os nossos dias entre os magos ocidentais, embora, muitos deles, utilizassem a astrologia com o propósito de decidir qual o momento mais “propício” para praticarem seus rituais ou prepararem talismãs.
O texto mais sagrado dos teurgos era o "Oráculo da Caldéia”, coletânea de sentenças atribuídas a Zoroastro, o reformador da religião persa, as quais, entretanto podem ter sido recopiladas (ou talvez escritas) por Juliano, neoplatônico do século II d.C.Da vida de Juliano sabe-se muito pouco. Autores pagãos de épocas tardias apresentam-no como um teurgista dotado de grandes poderes, capaz de invocar até aos deuses para que se “incorporassem” de forma tangível, viajar em espírito ou controlar fenômenos atmosféricos.Naturalmente, que tais atributos "mágicos" poderão ficar mais confortavelmente instalados no terreno algo movediço da lenda ou da alegoria...
Ainda assim, sabemos bastante sobre o conteúdo dos seus “Oráculos Caldeus”, pois, embora o texto completo seja um dos livros perdidos da Antigüidade, são tantos os seus fragmentos citados por outros autores que podemos obter uma idéia aproximada do seu conteúdo.Afinal, como diz o Umberto Eco. “livros falam de livros...”.Por exemplo, sabemos que se opunha à adivinhação mercenária e à crença fatalista num futuro predestinado, pois as sentenças abaixo são muito conhecidas:“ Não dirijas a tua mente às vastas superfícies da terra, pois a planta da Verdade não cresce no chão. Também não meças os movimentos do sol... pois se move impulsionado pela Vontade Eterna do pai, e não o faz para ti... O vôo das aves não proporciona autêntico conhecimento, nem tampouco a dissecação das vísceras das vítimas, esses são simples jogos, instrumento mercenário de fraude: foge deles se queres entrar no sagrado paraíso”.
Esta reprovação da adivinhação comercial quer se trate da astrologia, quiromancia ou outras técnicas mânticas, persistiu até os nossos dias entre os magos ocidentais, embora, muitos deles, utilizassem a astrologia com o propósito de decidir qual o momento mais “propício” para praticarem seus rituais ou prepararem talismãs.
Os Oráculos Caldeus insistiam sobre a importância que teriam nos ritos teúrgicos os chamados "encantamentos bárbaros”, estranhas palavras de muitas sílabas e origem desconhecida, que foram se repetindo em todos os ritos mágicos desde o Egito ptolomaico até os nossos dias...Segundo Juliano, nem uma só sílaba destas fórmulas poderia ser mudada, pois possuíam um "poder inefável". A palavra “abracadabra” cuja vulgarização se transformou numa brincadeira, já foi um bom exemplo disso.
Plenamente aceite entre os filósofos pagãos, a teurgia foi considerada como uma barreira contra o avanço irresistível do cristianismo e como algo situado "por cima" da filosofia, dado que permitia o acesso direto aos deuses.Segundo o neoplatônico Jâmblico."não é o pensamento que liga os teurgos aos deuses e a união teúgica pode ser alcançada unicamente pela eficácia de "atos inefáveis" realizados de forma correta."
Por sua vez, Jâmblico (250-330), era sírio e adaptou a filosofia de Plotino à teurgia Seu livro mais conhecido, "Os Mistérios do Egito, escrito em grego, é uma resposta à carta de Porfírio a Amélio, refutando as práticas de adivinhação da época. O livro de Jâmblico reafirma a possibilidade da manipulação mágica dos deuses em benefício da satisfação de desejos humanos, valendo-se de uma pressuposta sabedoria caldaico-egípcia, que se apoiaria na crença de reciprocidade entre a alma humana e os seres divinos. A verdade viria dos deuses, mas poderia ser conhecida pelos homens através da mântica, em todos os seus aspectos: sonhos, oráculos, geomancia, quiromancia, fisiognomia, etc e etc.
Entretanto, os mistérios do Egito também são testemunhos do estreito grau de parentesco entre doutrinas caldaicos, a literatura hermética e o neoplatonismo. Como uma das fontes de Jâmblico seriam os Oráculos Caldaicos, que apesar de redigidos no segundo século de nossa era, eram permeados por mitos babilônicos arcaicos, associados às teorias filosóficas calcadas na aparente heliolatria de Zoroastro.
Contudo, enquanto para os neoplatônicos o conhecimento da divindade é um meio de comunicação com os seres espirituais, para Jâmblico isso poderia ser conseguido pela conjuração mágica, embora guiada pela filosofia.
Tal parentesco é notório no “Corpus Hermeticus", coletânea de tratados compostos em grego, talvez entre o primeiro e o fim do terceiro século de nossa era e atribuídos ao personagem lendário Hermes Trismegisto, nome também atribuído ao deus Thot, revelador das técnicas e da escrita. São revelações da sabedoria divina, nas quais o Cosmo constitui uma unidade, cujas partes são interdependentes. Contudo, este princípio só se tornaria operativo e atuante na prática, mediante as sabedorias herméticas, secretas e sagradas. Evidentemente os tratados herméticos não são de alquimia, mas estabeleceram, além de preceitos de conjuração dos deuses em prol da satisfação de anseios humanos, inclusive imortalidade, uma interpretação sapiencial das técnicas mágico-míticas egípcias.
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